Joias Patrimoniais
Lápide Rainha D. Teresa | Albergaria-a-Velha | Caminho Central
Lápide do século XVII, em calcário, originalmente existente na fachada do Real Hospital de Albergaria.
Com a demolição deste edifício, para aí ser construído o Palacete da Boa Vista, foi guardada para servir de primeira peça de um futuro museu. Desde meados do século XX encontra-se exposta ao cimo da escadaria dos Paços do Concelho de Albergaria-a-Velha.

Marco de Cruzamento | Carregado - Alenquer | Caminho Central
Marco de cruzamento barroco, de fundação régia (D. Maria I), erguido na estrada para Santarém. Bloco calcário paralelepípedo, sobre soco, tem várias molduras no plano superior e remate trunco-piramidal facetado.
Numa das faces, dentro de moldura quadrada, tem a seguinte inscrição: «ESTRADA QUE / SE DERIGE / A SANTARÉM / ANNO DE 1788». Noutra face tem: «ESTRADA QUE / VEM DAS CAL / DAS DA / RAINHA». Caracteriza-se pela sobriedade e singeleza de linhas. É Imóvel de Interesse Público desde 1943.

Complexo Megalítico do Ramalhal | Ramalhal - Alvaiázere | Caminho Central
O Complexo Megalítico do Rego da Murta, constituído pelas antas 1e 2 e pelos vestígios de uma terceira, junto à ponte da Ramalha, situa-se a cerca de 500 metros da aldeia do Ramalhal, freguesia de S. Pedro do Rego da Murta, na entrada do concelho de Alvaiázere, numa planície povoada por eucaliptos na margem direita da ribeira. Para além destes monumentos, existem outros dispersos por toda a área envolvente, fazendo deste território um polo de interesse no panorama arqueológico nacional e internacional. Localiza-se nas imediações do traçado do Caminho Central.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção | Alvito | Caminho Via Nascente
A primeira igreja paroquial de Alvito foi erguida por obra dos monges trinitários e por graça do legado do Chanceler Estêvão Anes ao Convento da Santíssima Trindade de Santarém em contrapartida de algumas obrigações. Uma das cláusulas principais era a construção de uma igreja sob o orago da Santa Maria. A planta de cruz latina, com a nave central maior e laterais mais baixas, moldam um conjunto que revela afinidades com a igreja de Viana do Alentejo. Na primeira metade do século XVII, o seu interior irá revestir-se à moda da época: azulejos de padrão em amarelo, azul e branco. A capela-mor recebeu, antes de 1625, um revestimento azulejar em enxaquetado monocromático, azul e branco, e o seu teto foi ornamentado por caixotões recobertos por pinturas de brutesco. Nos séculos XVII e XVIII seguiu-se o hábito de abrir capelas ao longo das naves, multiplicaram-se os altares por iniciativa de confrarias e irmandades. De destacar as pinturas murais que decoram esta emblemática igreja, sobretudo a mais antiga do séc. XV – que representa Santo André, Santiago e Sebastião.
No exterior, projetam-se gárgulas góticas, animais fantásticos ou pequenos demónios que parecem verter as águas pluviais como se expelissem o mal e, no restante corpo da igreja, outras já manuelinas, em forma de canhão.

Igreja Paroquial de Arcos / Igreja de São Paio | Arcos - Anadia | Caminho Central
O traçado atual do edifício, de invocação a São Paio, provém de duas épocas de construção: inícios do séc. XVIII (interior) e segunda metade do séc. XVIII (exterior). Em termos de artes decorativas destacam-se, na capela-mor, retábulos de talha dourada (transição séc. XVII / séc. XVIII) e azulejos, datados de 1747, de escola coimbrã. Neles são retratadas quatro cenas eucarísticas. A nível escultórico, esta Igreja possui também exemplares de singular importância.

Igreja de Santiago | Belmonte | Caminho Via Nascente e Via da Estrela
A Igreja de Santiago é um monumento de traço românico, que foi sofrendo modificações ao longo dos tempos. Dentro da igreja, pode observar-se uma capela, mandada edificar em 1240, por intermédio de D. Maria Gil e uma Pietã do século XIV que, segundo José Saramago, é a peça mais admirável desta igreja. Já na capela-mor encontram-se vestígios de um tríptico constituído por figuras que representam Nossa Senhora, São Tiago (orago) e S. Pedro (que muitos dizem ser uma representação de Pedro Álvares Cabral).

Sé Catedral de Braga | Braga | Caminho de Torres e Caminho Central (via Braga)
Quando, em finais do século XI, a Catedral de Braga começou a ser construída, foi com o objetivo claro de chamar a si todos aqueles que acreditam em Deus. «Mais velho que a Sé de Braga» é uma expressão portuguesa bem conhecida, que lembra a sua antiguidade. A Sé de Braga foi solenemente sagrada pelo Bispo D. Pedro e dedicada à Virgem Maria, no dia 28 de Agosto de 1089, sendo portanto anterior à nacionalidade. As suas paredes sustentam a vida de um monumento com mais de 900 anos de História e vida religiosa, sendo um dos monumentos mais visitados do concelho e da região. No conjunto arquitetónico da Sé de Braga convivem diferentes estilos artísticos: uns mais incipientes, como o românico, outros claramente marcantes, como o barroco do Coro Alto e dos Órgãos Monumentais.

Jardim do Paço Episcopal | Castelo Branco | Caminho Via Nascente
O Jardim do Paço Episcopal (ou de S. João Baptista) é Monumento Nacional e foi mandado construir pelo bispo da Guarda, D. João de Mendonça, em 1720, tendo sofrido diversas requalificações no séc. XVIII. Em termos formais, o jardim divide-se em quatro espaços: a entrada, o patamar do buxo, o jardim alagado e o plano superior, ligados por diversos pontos de articulação, cujo elemento comum é a água. Destaca-se o conjunto escultórico, no lado Nascente, ao longo de uma escadaria monumental, na qual desfilam os monarcas da 1ª e 2ª dinastias, além do Conde D. Henrique. Ao fundo, de menores dimensões, encontram-se os reis intrusos (os Filipes) e o Cardeal D. Henrique, adepto da causa castelhana. No lado Poente, outra escadaria monumental, na qual desfilam os Apóstolos. Ao fundo, os quatro evangelistas e os animais que os identificam.

Igreja Matriz de Castro Daire | Castro Daire | Caminho Interior
A Igreja Matriz de Castro Daire, dedicada a São Pedro, é uma fundação de origem muito remota, que terá sido reedificada no reinado de D. Dinis. Após reforma setecentista, esta igreja possui nave única, exibindo oito altares de talha dourada de estilo barroco, destacando-se o Altar das Almas, uma das pinturas mais belas da Diocese de Lamego, e o Cadeiral existente na Capela-mor, de estilo rococó; no Coro pode-se, ainda, observar um orgão de tubos do séc. XIX embelezado por talha do mesmo estilo do Cadeiral.

Ponte Romana de Trajano | Chaves | Caminho Interior
Ponte construída em granito, no período da Romanização, e formada por dezoito arcos, embora atualmente só estejam visíveis doze. Parte integrante da via romana XVII, ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica (Astorga), por Aquae Flaviae (Chaves). Nesta ponte existem duas colunas comemorativas do tempo dos imperadores romanos Titus Flavius Vespasiano e Marco Ulpio Trajano. Terá sido na vigência de Trajano, no ano de 104 d.C, que se concluiu a primeira das duas colunas, dando início à edificação da ponte.

Museu Monográfico de Conimbriga | Condeixa-a-Velha | Caminho Central
O espaço museológico do MMC-MN corresponde a cerca de 14% da área expectável da cidade antiga de Conimbriga e respetivo Museu. Em 1899, concretizaram-se as primeiras sondagens de vulto. A partir de 1929, iniciaram-se escavações sistemáticas. Nos anos quarenta e cinquenta do séc. XX concluíram-se ações de conservação e restauro nas ruínas, com destaque para os mosaicos. Em 1962, foi inaugurado o Museu Monográfico de Conimbriga, posteriormente Museu Nacional.

Ermida do Divino Espírito Santo | Ferro - Covilhã | Caminho Via Nascente
Entre as muitas ermidas dedicadas ao Divino Espírito Santo esta é a mais emblemática marca do Caminho de Santiago no Concelho da Covilhã. Localizada à entrada do Ferro, esta construção do século XVI, apresenta planta longitudinal, com capela mor diferenciada e cobertura de 2 águas. A fachada principal, em empena, é rasgada por eixo formado pelos vãos do portal axial e do óculo circular. O primeiro, em volta perfeita, é emoldurado por pilastras com impostas salientes a que se seguem as aduelas do arco com intradorso biselado. A cabaça ali esculpida vinca a secular passagem de peregrinos neste local.

Capela da Rainha Santa Isabel | Estremoz | Caminho Via Nascente
A Capela da Rainha Santa Isabel é considerada por diversos especialistas um dos mais notáveis registos iconográficos da tradição lendária isabelina existente em Portugal.
Situa-se no Largo D. Dinis, no torreão norte ocidental do paço setecentista, onde a tradição oral diz ter falecido D. Isabel de Aragão a 4 de Julho de 1336. A sua construção foi da iniciativa de D. Luísa de Gusmão, mulher de D. João IV e devota da Rainha Santa Isabel, como cumprimento de uma promessa na sequência da vitória portuguesa na Batalha das Linhas de Elvas em 1659.

Parque do Caminhante | Fundão | Caminho Via Nascente
O Parque do Caminhante, situado na entrada sul do Fundão, evoca um dos principais eixos identitários da cidade, enquanto território de passagens milenares. Um Pórtico onde se reutilizaram elementos do passado quinhentista local, apresenta uma vieira, reforçando a mensagem do lugar como sítio de cruzamento de horizontes meridionais e setentrionais da Península. É uma porta sempre aberta à contemplação, à meditação e aos sentires invisíveis das chegadas e das partidas. O Fundão acolhe sempre quem caminha. Terra do fruto da vida, à sombra de uma cerejeira, ninguém é estrangeiro, como escreveu, um dia, um viajante oriental.

Igreja Matriz da Golegã | Golegã | Caminho Central
A Igreja Matriz da Golegã apresenta-se como um marco na passagem dos peregrinos, que ao entrarem na vila, subindo a atual Rua do Campo, se deparam com o edifício de rara beleza e que acolhe há séculos os mais bonitos pôr-de-sol da Lezíria ribatejana. A via que os conduz é a antiga estrada medieva, e que seguramente era já utilizada desde ocupações anteriores, facilitando a ligação do sul com o norte, da capital do reino com o interior. No eixo sobrepõe-se a via central de peregrinação a Santiago. Talvez a pudéssemos olhar como se de um caminho interior se tratasse, um movimento contínuo que permite ao caminhante libertar o seu íntimo à medida que prossegue em direção a Santiago. Olhemo-la igualmente como via de descoberta interior, permitida pela passagem do rebuliço (existente na cidade) para a bucólica paz (que nos presenteia o campo). Assim será fácil entender esta matriz como um importante marco no Caminho até Santiago.

Igreja Matriz de Grândola | Grândola | Caminho Central
Julga-se que a igreja de Nossa Senhora da Abendada remonte a meados do século XV, tendo passado a designar-se por igreja de Nossa Senhora da Assunção no século XVI.
O seu interior é constituído por guarda-vento; nave única, com cobertura de três panos em madeira pintada com motivos geométricos simples, e coro alto em madeira com balaustrada.
No lado da Epístola destacam-se duas capelas simétricas às do lado do Evangelho. No exterior, podem ver-se um hábito da Ordem de Santiago, esculpido sobre a porta principal, e uma janela com vitral. Na torre há a registar a existência de um relógio de sol e do campanário que possui quatro janelas sineiras, quatro cornijas e um pináculo.

Catedral da Guarda | Guarda | Caminho Via Nascente
Com a transferência da sede de Bispado de Idanha-a-Velha para a Guarda, em 1203, por influência de D. Sancho I, foi necessário promover a construção de uma Sé Catedral. Nada se sabendo do edifício primitivo, sabe-se, porém, que na segunda metade do século XIV se encarou a construção de uma sé nova fora do perímetro amuralhado. A construção da atual Sé Catedral iniciou-se a partir de 1390 mas, dada a envergadura do projeto, as obras arrastaram-se e o edifício só foi terminado em pleno contexto manuelino. A catedral, orientada no sentido Este-Oeste, de acordo com a norma tradicional, tem a sua fachada principal naturalmente virada a Ocidente. É ladeada por dois torreões muito reforçados, de planta octogonal. O portal, de recorte tipicamente manuelino – como todo o conjunto desta fachada – é encimado por um nicho que abriga desde o século XVI uma bela imagem de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da cidade da Guarda.

Santuário de Nossa Senhora dos Remédios | Lamego | Caminho Interior e Caminho de Torres
Um dos mais notáveis sacro-montes do país, o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, foi mandado edificar pelo cónego José Pinto Teixeira em 1750, dentro do espírito barroco e cenográfico do séc. XVIII, no mesmo local onde existia uma pequena ermida dedicada a Santo Estêvão, mandada construir pelo bispo D. Durando, em 1361. São 686 os degraus que compõem o monumental escadório que, por entre esculturas e o arvoredo do parque, integra um dos mais importantes destinos de peregrinação em Portugal. A “Romaria de Portugal”, considerada em 2020 como uma das 7 Maravilhas da Cultura Popular, acontece todos os anos em Setembro, com o seu ponto mais elevado no dia 8, com a realização da Majestosa Procissão de Triunfo em Honra a Nossa Senhora dos Remédios.

Capela de São Sebastião | Mealhada | Caminho Central
Capela edificada no centro da Mealhada em 1621, cujas celebrações litúrgicas são celebradas a 20 de janeiro em honra de São Sebastião. A sua história está identificada na lápide da capela-mor. Na fachada principal e no seu interior estão presentes os estilos arquitetónicos barroco e do renascimento tardio. Podemos destacar o retábulo principal de pedra, seiscentista, e onde podem também ser identificadas algumas esculturas da primeira metade do séc. XV.

Igreja Matriz de Cortegaça | Cortegaça - Mealhada | Caminho Interior
Cortegaça, na formação do Reino, pertencia ao Priorado do Crato. A esse senhorio eram pagas as rendas anuais e dele tinham os moradores os privilégios usufruídos pelos caseiros da Ordem de Malta. A Ordem de Malta teve a sua origem num hospital fundado em Jerusalém para socorrer os peregrinos à Terra Santa. A Igreja Matriz é devota a São Tiago, santo dos cavaleiros, peregrinos, farmacêuticos, veterinários e dos químicos, o primeiro bispo de Jerusalém. São Tiago tornou-se patrono do Exército Espanhol e também do Exército Português. São Tiago ou Santiago está associado à peregrinação dos conhecidos Caminhos de Santiago.

Igreja e Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Mirandela | Mirandela | Caminho de Este
Até à fundação da Casa da Misericórdia de Mirandela, isto ao redor de 1518, surgida sem coincidência durante os trabalhos de construção da ponte de granito sobre o rio Tua e estabelecida a escassos metros desta, a qualidade assistencial aos peregrinos estava muito dependente das paróquias por onde estes passavam.
Com a abertura da Casa da Misericórdia de Mirandela, os peregrinos que usavam o Caminho de Santiago do Este, vindos de sul, independentemente do estatuto social e condição económica, encontraram aqui cuidados e tratamentos que se vinham adiando por falta de melhores soluções, recuperando energias e estados anímicos. Classificado como Imóvel de Interesse Público em 1993.

Paço de Vilar de Perdizes | Vilar de Perdizes - Montalegre | Caminho Interior (Variante)
Complexo de grande valor histórico constituído por solar e hospital, botica, capela com cruzeiro, junto ao antigo Caminho de Santiago. Constitui um dos poucos, senão único, Morgadio em Portugal que se sabe ter sido instruído por comenda pontifícia. A origem deste Paço está intimamente ligada a Santiago da Compostela, pois a criação inicial da botica e hospital tinha como objetivo o apoio a esse peregrinos. O hospital teria capacidade para 9 a 12 indivíduos e, ao que parece, estava relativamente bem apetrechado, visto a carta de instituição determinar oferecer um caldo de azeite, caldo de carneiro e frango. Aliás, em Vilar de Perdizes existia um talho ao serviço do hospital. O pão seria feito no forno, nomeadamente no de cima da vila. O solar de Vilar de Perdizes terá ainda desempenhado um papel importante na introdução da cultura do bicho-da-seda em Trás-os-Montes, tendo as primeiras experiências sido aí realizadas. Aliás, uma amoreira centenária testemunho dessa tentativa sobreviveu no Parada do Paço até há poucos anos. Coordenadas: 41.851819, -7.632333

Ruínas da Igreja de Santiago e Conjunto Envolvente | Nisa | Caminho Via Nascente
Foi a segunda Paróquia da antiga vila de Nisa. Em virtude das guerras peninsulares, apenas restam os contrafortes e um cruzeiro de 1638. Tem correlação com a Porta de S. Tiago, cuja designação deriva da sua orientação geográfica em relação à dita Igreja. Junto a esta antiga porta medieval, terá existido uma estalagem, que por certo terá acolhido peregrinos e viajantes. O Cruzeiro e as ruínas da Igreja de S. Tiago integram o Conjunto de Nossa Senhora da Graça – Imóvel de Interesse Público.

Cruzeiro do “Senhor Coberto” | Pinheiro da Bemposta - Oliveira de Azeméis | Caminho Central
Símbolos de religiosidade exterior, os cruzeiros encontram-se nos cruzamentos, indicando uma direção, protegendo os viajantes, recordando um acontecimento ou pessoa. Este exemplar, Maneirista e Rococó, localiza-se na vila do Pinheiro da Bemposta, é de 1604 e foi restaurado em 1901. Implantado num soco de três degraus, onde se ergue um pequeno templete de planta quadrangular, formado por quatro pilares, o seu corpo superior desenvolve um entablamento e cobertura piramidal, com cinco coruchéus. No interior, o cruzeiro assenta em meia-coluna com pedestal em forma de bolbo; cruz, com braços terminando em flor-de-lis, e Cristo. Está protegido por um gradeamento e templete, usual nos cruzeiros do Distrito de Aveiro. Classificado como Monumento Nacional.

Igreja Paroquial de São Lourenço | Reigoso - Oliveira de Frades | Caminho Caramulo e Vale do Vouga
A construção da igreja de São Lourenço na aldeia de Reigoso remonta à época medieval, cronologia confirmada pela placa integrada numa parede no interior do templo (1195). A sua origem está intimamente ligada à figura do Alcaide Cerveira e sua esposa, que foram os patronos da construção do templo e da albergaria que acolheu durante séculos os peregrinos de Santiago de Compostela, de que é testemunha o Padrão da Albergaria (à guarda do Museu Municipal). O portal da fachada principal está decorado com uma vieira, símbolo jacobino.

Igreja de Santiago | Palmela | Variante Península de Setúbal
A igreja conventual localizada no Castelo de Palmela é um notável templo tardo-gótico da 2ª metade do século XV, contruído para o culto dos freires-cavaleiros da Ordem de Santiago. No interior encontra-se a arca-ossário em brecha da Arrábida, onde se julga repousarem os restos mortais de D. Jorge, último Mestre da Ordem de Santiago. Destaque para os painéis de azulejos dos séculos XVII e XVIII, e para o relógio datado de 1752, fabricado em Liége (Bélgica). Classificada como Monumento Nacional em 1910, alberga a reserva visitável “Escultura de S. Tiago”. É utilizada para a realização de atividades culturais, como exposições e espetáculos musicais.

Mosteiro de Lorvão | Lorvão - Penacova | Caminho Interior
Envolta em diversas lendas, a fundação do Mosteiro de Lorvão tem vindo a ser recuada até ao séc. VI. Este passou por várias transformações, nomeadamente nas ordens que ali viveram. Em 1200, dá-se porventura a mais significativa, em que não apenas se adotou a nova reforma cisterciense, como o Mosteiro passou a ser feminino. Na Igreja, destacam-se os túmulos de prata das Santas Teresa e Sancha, com aplicações de bronze dourado, o órgão com 61 registos, datado de 1795, em estilo neoclássico, e ainda no coro, o cadeiral, de jacarandá negro do Brasil e nogueira, de 1747. Classificado como Monumento Nacional em 1910.

Ponte Metálica do Peso da Régua | Peso da Régua | Caminho Interior e Caminho de Torres
Mandada construir em 1872 pelo Rei D. Luís I para atravessamento rodoviário do Rio Douro e desativada desde 1949 devido ao estado de degradação do tabuleiro em madeira, foi reabilitada numa intervenção promovida em parceria pelo Município do Peso da Régua e as Estradas de Portugal. Esta reabilitação da ponte metálica, permite a reutilização da estrutura, num contexto urbano e paisagístico único, tendo-se tornado a porta de entrada na cidade do Peso da Régua para os peregrinos do Caminho Português Interior de Santiago e do Caminho de Torres.

Castelo de Pinhel | Pinhel | Caminho de Torres
Edificado no reinado de D. Sancho I, o Castelo de Pinhel sofreu várias modificações que lhe dão a configuração atual. Na cidadela, duas torres: a Torre Sul, mais antiga, e a Torre Norte, ou de Menagem, reedificada no século XVI. Esta última ostenta uma janela de estilo manuelino, decorada com toros entrelaçados e dois animais exóticos (um leão e um elefante). Apresenta, ainda, gárgulas decoradas com rosetas, dois varandins com mata-cães e uma grande variedade de siglas (marcas que identificavam os diferentes pedreiros). Testemunhos arqueológicos mostraram que este castelo teve uma configuração diferente da atual. A primeira linha de muralha foi desmantelada e substituída pela cerca urbana que ainda se preserva e pode ser percorrida no denominado “Caminho de Ronda”.

Igreja Matriz de Santa Comba Dão | Santa Comba Dão | Caminho Interior
Totalmente reedificada na última década do séc. XVIII, a Igreja Matriz de Santa Comba Dão ostenta uma fachada de estilo barroco, com duas belas torres sineiras. No interior é de destacar a capela-mor, que integra um retábulo salomónico dos sécs. XVII-XVIII. Uma lápide, em letra gótica, incrustada na parede da Capela-Mor ao lado da epístola, confirma a anterior existência de uma Igreja primitiva dedicada a Santa Maria de Burgo e sagrada entre 1319 e 1333, por D. Raimundo, bispo de Coimbra.

Igreja Paroquial da Cumieira | Cumieira - Santa Marta de Penaguião | Caminho Interior
A Igreja da Cumieira tem como padroeira a Santa Eulália e foi construída no início do séc XVIII, tendo sido as paredes e a abóboda pintadas por Nicolau Nasoni em 1739, pinturas hoje quase perdidas, restando apenas na pardieira da porta principal a inscrição que nos prova assim ter acontecido “” NICOLAO NASONI SENENSIS PINGEBAT ANNO 1739″”.Trata-se de um dos mais belos (e espaçosos) templos do Concelho, com uma magnífica talha dourada (joanina). Um templo que vale a pena ver e admirar. Foi considerado Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto-Lei nº 08/83, a 24 de janeiro de 1983.

Convento de Jesus | Setúbal | Variante Península de Setúbal
Começado a construir a 17 de agosto de 1490, por iniciativa de Justa Rodrigues Pereira, ama de D. Manuel I, e concluído por volta de 1500. Símbolo do Manuelino, constitui o primeiro ensaio de “igreja-salão”. Destaque para o portal, em brecha da Arrábida, e para a Capela-Mor.
Atribui-se a Mestre Boitaca – também arquiteto do Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos, Lisboa) – o Cruzeiro, erguido no lado fronteiro à Igreja de Jesus, mandado construir por D. Jorge de Lencastre, Duque de Aveiro e de Coimbra e Mestre da Ordem de Santiago.

Penedos Irmãos Unidos | Talhadas - Sever do Vouga | Caminho Caramulo e Vale do Vouga
Duas lápides, a ladear um Santiago, evocam as duas lendas associadas a estes penedos: «Cataclismo ou São Tiago qual a lenda é verdadeira? Há quem diga que estas Talhadas são a prova daquele dia em que Cristo morrendo na cruz fez tremer a Terra inteira… !!! » Diz a lenda que certo dia pela romana via Santiago (o filho do Trovão) passou… E este penedo inteiro no seu caminho encontrou, com a força da palavra em duas Talhadas… o deixou!

Convento de Cristo e Castelo Templário | Tomar | Caminho Central
O Convento de Cristo e o Castelo Templário formam um conjunto monumental único no género. Foi aqui a sede da Ordem do Templo até 1314 e da Ordem de Cristo, a partir de 1357. Este conjunto foi classificado pela UNESCO como Património Mundial, em 1983. A sua área é de 54.000 m2, sendo 40.000 de área construída coberta, o que equivale à área de uma cidade média do período medieval. Objetivamente, é a maior área monumental de Portugal e uma das maiores do mundo.

Igreja de São Tiago | Santiago de Besteiros - Tondela | Caminho Caramulo e Vale do Vouga
A Igreja de São Tiago foi reedificada em 1767, com aproveitamento de algum material de um templo mais antigo, possivelmente do séc. XVI. Contudo, só em 1781 a capela-mor ficou concluída para ser benzida. Destaca-se pela fachada tardo-barroca, com portal, janelas e frontão de molduras recortadas e contracurvadas. Sobre a porta encontra-se o nicho com a imagem de São Tiago e, no remate do frontão, uma vieira que demonstra a importância da paróquia nos caminhos de peregrinação. Foi recentemente classificada como Monumento de Interesse Púbico.

Pintura Mural da Igreja de Santa Maria | Trancoso | Caminho de Torres e Caminho Via Nascente
Na igreja de Santa Maria de Guimarães conserva-se um arcossólio com uma esplêndida pintura mural dos séculos XV-XVI, onde surge representada a figura de Santiago, o Peregrino, numa composição que integra, igualmente, a lenda de São Jorge e o Dragão.
Esta é, hoje, a mais expressiva marca do culto a Santiago existente em Trancoso – antiquíssima povoação atravessada por dois itinerários de peregrinação a Santiago de Compostela.

Santuário de Santa Rita | Formiga, Ermesinde - Valongo | Caminho Central
Considerado um dos maiores locais de peregrinação do país é, igualmente, ponto de passagem e ponto de partida para os peregrinos de Santiago. Encontra-se no seu interior, desde 2014, uma imagem daquele que foi o grande impulsionador do Caminho de Santiago e o primeiro papa a visitar Santiago de Compostela, São João Paulo II. Desde 2019, acolhe relíquias deste mesmo santo. A igreja encontra-se inserida no conjunto do antigo convento de N.ª Sr.ª do Bom Despacho e de Santa Rita, da regra dos Agostinhos Descalços. A construção do convento iniciou-se em 1749 onde terá existido uma anterior ermida.

Igreja de Santiago de Castelo do Neiva | Viana do Castelo | Caminho da Costa
A Igreja Paroquial de Castelo do Neiva assume-se como o mais antigo templo consagrado a Santiago, fora do território espanhol. Foi sagrado pelo Bispo Nausto no ano de 862, pouco tempo depois da descoberta do túmulo do Apóstolo. Integra o Caminho Português da Costa e é dedicada a Santiago, sendo um ponto obrigatório de passagem para os peregrinos a caminho de Santiago de Compostela.

Espaço Corpus Christi | Santa Marinha - Vila Nova de Gaia | Caminho Central
Convento fundado em 1345 pela fidalga de Gaia Dona Maria Mendes Petite, dedicado ao Corpo de Cristo. Devido às cheias do Rio Douro, a atual igreja octogonal foi erigida no séc. XVII a uma cota mais elevada. Da sua riqueza e valor artístico barroco é prova o coro alto com cadeiral e teto dividido em caixotões decorados com pinturas a óleo. Na igreja está a arca tumular do cavaleiro Álvaro Anes de Cernache, alferes e porta-bandeira da Ala dos Namorados, na Batalha de Aljubarrota, tendo o altar, em sua honra, uma imagem de Santiago do séc. XVIII.

Castelo de Aguiar | Castelo - Vila Pouca de Aguiar | Caminho Interior
O Castelo de Aguiar é um ponto de elevado interesse cultural, porque resulta de uma singular conjugação da natureza com o engenho humano. Trata-se de um castelo roqueiro, apoiado numa gigantesca fraga granítica, cujas origens remontam aos séculos IX/X. As inquirições de 1220 referem uma fortaleza em funcionamento, que poderia integrar residência senhorial.
Este Monumento Nacional (1982) inclui-se em área natural classificada, e beneficia de acessos facilitados. O miradouro implementado no ponto mais alto da fortificação permite uma visão panorâmica sobre o Vale de Aguiar.
O Castelo de Aguiar, e toda a sua envolvente natural, podem ser visitados em autonomia, sem necessidade de marcação.

Casa de Mateus | Mateus - Vila Real | Caminho Interior
A Casa de Mateus, finalizada em 1744 e símbolo de uma história bastante mais antiga, é um sítio mágico. É uma máquina do tempo que nos permite viajar ao longo dos últimos quinhentos anos da História de Portugal, da Europa e do Mundo. É um ponto no universo onde confluem, vindos de muitas latitudes, pessoas, ideias, documentos, relíquias, obras de arte. É a História tornada presente pelo prazer da experiência, é um património histórico, arquitetónico e ambiental que se vive no presente e prolonga no futuro.

Sé de Viseu | Viseu | Caminho Interior
Ao longo dos seus 900 anos, a catedral (re)construiu-se sobre si, superando todos os desafios impostos por uma História, que remonta ao tempo de D. Afonso Henriques.
Edificada nos inícios do século XII, associada ao paço condal e ao castelo, a Sé de Viseu sofreu amplas remodelações nos séculos XIII-XIV, com a edificação do claustro gótico e do novo corpo da catedral. Os séculos XV e XVI correspondem ao maior ciclo construtivo do templo, com a construção da abóbada de nós, de uma fachada manuelina e do claustro renascentista da traça de Francesco da Cremona, o arquiteto de D. Miguel da Silva.
