Património Natural

DESCUBRA O PATRIMÓNIO NATURAL DO CAMINHO DE SANTIAGO

Quando se fala de património ao longo do Caminho de Santiago, vêm-nos logo à ideia as joias patrimoniais que vão surgindo: as capelinhas, os cruzeiros, as igrejas e santuários, e em última instância a Catedral de Compostela, destino almejado por todos quantos percorrem o Caminho. Ocorre-nos também o património construído, classificado ou não, que se pode visitar: um monumento megalítico, um castelo altaneiro, um museu, um antigo hospital ou a ruína de uma estalagem medieval. Podemos ainda lembrar-nos do património imaterial, das festas religiosas dedicadas a Santiago, de uma cantiga ou ladainha antiga de boa sorte ao peregrino, da gastronomia tradicional que se vai provando em cada paragem.

Há no entanto outro tipo de património que está sempre presente no Caminho, que acompanha o peregrino em cada passo que dá, de cada vez que levanta a cabeça e ganha alento numa golfada de ar puro ou num gole de água fresca: o PATRIMÓNIO NATURAL.

Na verdade, o mapa dos principais Caminhos de Santiago em Portugal parece sobrepor-se milagrosamente ao mapa das áreas classificadas para a conservação da Natureza. Este facto, longe de ser arbitrário, atesta que existe um vínculo ancestral entre os locais trilhados por peregrinos, e os locais, em Portugal, onde a natureza se exprime de forma mais autêntica. Seja pela configuração geomorfológica que as placas tectónicas ditaram, há milhões de anos, seja pela riqueza dos ecossistemas de transição entre áreas agrícolas, florestais e naturais, seja ainda porque, em última análise, a humanidade tende a proteger os locais com maior valor sentimental, a verdade é que esta «simbiose» existe e molda a experiência do peregrino a caminho de Santiago de Compostela.

Os traçados do Caminho Português de Santiago tornam-se, assim, oportunidades únicas de contemplação da natureza, interpretação da paisagem e observação das espécies mais identitárias do nosso país, entre a fauna e a flora típica de cada região. É também um momento extraordinário de consciencialização ambiental, de preservação dos ecossistemas, de combate à sua contaminação e à dizimação da nossa biodiversidade.

O peregrino é um visitante de baixo impacto ambiental e com elevada atenção ao que o rodeia. Move-se a pé, de bicicleta ou, mais raramente, a cavalo, meios de transporte não poluentes que praticamente não alteram o ambiente em redor. Habitualmente, peregrina sozinho ou em pequenos grupos, sem grande barulho, e até a sua presença na paisagem passa despercebida ao observador menos experimentado. Raramente deixa lixo ou vestígios, até porque transporta apenas o essencial. Move-se a um ritmo lento, usufruído de cada lugar por onde passa e contribuindo para manter negócios locais, património visitável, tradições vivas e percursos limpos.

Percorrer o Caminho de Santiago em Portugal é usufruir de paisagens únicas, observar espécies autóctones, valorizar os recursos naturais renováveis, enfim, contribuir a cada passo para a sustentabilidade do nosso país.

Inspire-se na galeria de imagens que preparámos, com algumas das paisagens mais deslumbrantes do Caminho de Santiago em Portugal. E como dizia o poeta, “o caminho faz-se caminhando”.

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